Tradição folclórica do interior de São Paulo, o cururu tem presença importante em Piracicab e será uma das manifestações defendidas no 1º Fórum em Defesa das Tradições Populares de Piracicaba.
Cururu é o desafio trovado ao som de violas, mais comum no Médio Tietê. Seus respresentantes são numerosos e respeitados cururueiros e trovadores. Não há Festa ou Pouso do Divino sem o som do Cururu, que muitas vezes se prolonga pela noite afora com o revezamento de vários cururueiros.
Com presença significativa na região do Vale do Tietê, nas cidades de Conchas, Laranjal Paulista, Piracicaba, Tietê, Porto Feliz, Tatúi, o Cururu já foi apresentado no exterior por vários cururueiros.Um trovador que teve experiência foi Antônio Santos Filho, 73, mais conhecido como Bandeirante, que se apresentou aos franceses juntamente com seu parceiro Mané Moreira.
Confira depoimentos do curueiro Bandeirante sobre o tema:
Como foi representar o Brasil na França?
Bandeirante: Tive a felicidade de representar o folclore brasileiro na Europa. Foi uma virtude para nós representar o Brasil no exterior e essa foi uma coisa de Deus. Eu participo do folclore brasileiro mesmo, toda tradição é comigo mesmo”.
Mazero gravou CDs e DVD
Bandeirante: Tive a felicidade de representar o folclore brasileiro na Europa. Foi uma virtude para nós representar o Brasil no exterior e essa foi uma coisa de Deus. Eu participo do folclore brasileiro mesmo, toda tradição é comigo mesmo”.
Mazero gravou CDs e DVD
O conhecido cururueiro João Mazero já gravou duas séries de Cds - “Gracia do Cururu” e “Os ban ban ban do Cururu” e um DVD - “Piracicaba x Sorocaba”. Para ele, mais que uma profissão, o cururu é uma paixão.
Confira algumas de suas falas:
Onde o senhor já se apresentou?
Mazero: Gosto muito dessa profissão, tanto canto cururu sério como brincando. Faço shows e já tive a felicidade de me apresentar em todos os canais de televisão. Tô no meio desses campeões ai, Abel Bueno, Bandeirante. Comecei a cantar o Cururu transmitido pela rádio Educativa FM, de Piracicaba, e dali em diante já cantei em vários pousos do Divino, tenho muita amizade com todos os cantadores.
O Cururu original sofreu muitas mudanças?
Mazero: Sim teve. Antigamente o Cururu era cantado com muito respeito, a gente pedia licença para o dona da casa onde seria o pouso, hoje é mais brincadeira.
Tradição do Cururu não recebe apoio
Segundo Abel Bueno (foto) , 75, cururueiro desde 1954, com prestígio nacional, o nome Cururu tem origem em dois significados: “o caldo de feijão que era servido antigamente com caruru, antes de se iniciarem as orações, e o sapo cururu que pula em roda, pois o Cururu era cantado em roda”.
Segundo Abel Bueno (foto) , 75, cururueiro desde 1954, com prestígio nacional, o nome Cururu tem origem em dois significados: “o caldo de feijão que era servido antigamente com caruru, antes de se iniciarem as orações, e o sapo cururu que pula em roda, pois o Cururu era cantado em roda”.
Seu Abel conta que cantava Cururu quando este ainda era tido como uma oração, uma devoção a algum santo. O cururu era cantado nas festas do divino e tinha temas religiosos, mas com o tempo a tradição foi se modernizando e atualmente é um desafio de quatro cururueiros, dois contra dois.
“O Cururu em si nunca vai acabar, apenas os cururueiros que morrem, o Cururu permanece. O Cururu chegou em Piracicaba em 1937, antes dos pousos, o qual o primeiro foi realizado em 1948 na zona urbana de Piracicaba, na casa do Ribeiro, ele existe a muito tempo”, conta Abel.
Abel, Bandeirante, Milo da Viola e Dirceu Chiodi também não se conformam com a falta de apoio ao Cururu e as demais tradições. “Não há mais incentivo, os mais novos não gostam do Cururu e com razão, pois não foi ensinado a eles o sentido disso, não foi mostrado o Cururu legítimo”, fala Bandeirante.
“Se os nossos políticos incentivassem essas tradições, seria mais fácil ser um Cururueiro e poder ensinar o que é o cururu. Falta apoio. Falta valorizar a história”, enfatiza Abel Bueno
Vídeos da entrevista:
Caninha Verde
Cururu Legítimo
Assista a mais vídeos no youtube
Veja mais fotos na Galeria de Imagens
“O Cururu em si nunca vai acabar, apenas os cururueiros que morrem, o Cururu permanece. O Cururu chegou em Piracicaba em 1937, antes dos pousos, o qual o primeiro foi realizado em 1948 na zona urbana de Piracicaba, na casa do Ribeiro, ele existe a muito tempo”, conta Abel.
Abel, Bandeirante, Milo da Viola e Dirceu Chiodi também não se conformam com a falta de apoio ao Cururu e as demais tradições. “Não há mais incentivo, os mais novos não gostam do Cururu e com razão, pois não foi ensinado a eles o sentido disso, não foi mostrado o Cururu legítimo”, fala Bandeirante.
“Se os nossos políticos incentivassem essas tradições, seria mais fácil ser um Cururueiro e poder ensinar o que é o cururu. Falta apoio. Falta valorizar a história”, enfatiza Abel Bueno
Vídeos da entrevista:
Caninha Verde
Cururu Legítimo
Assista a mais vídeos no youtube
Veja mais fotos na Galeria de Imagens
3 comentários:
Uau! Isto é muito bom.Parabéns pelo Blog. Embora não seja de Piracicaba, sou um fã da cidade e de suas marcas identitárias. Estou concluindo doutorado em Artes pela Unicamp, e o foco de minha pesquisa é a Festa do Divino. Se puderem, dêem uma olhadinha em meu blog: www.olhodeprata.blogspot.com. Mais uma vez, parabéns! (Elinaldo Meira)
Olá! Gostaria de deixar aqui um convite. Informação divulgada no site do Sesc Piracicaba:
REDESCOBRINDO PIRACICABA
Em 2009 o Programa Curumim vem trabalhando o tema "Piracicaba, é aqui que nói veve". Neste segundo semestre, a ideia é aprofundar o conhecimento sobre a cidade, suas tradições e história e trocar conhecimentos com pessoas de outras gerações em encontros mensais. Neste mês:
A Música do Lugar
Segundo filme da série Piracicaba.doc Documentário, 2004, 27? Direção e edição: Tiago Altafini Um painel do folclore, da religião, do cururu e da música muito presente nas manifestações tradicionais da cidade. Os tipos humanos do universo caipira no interior paulista. No Teatro
Grátis
Dia(s) 28/10 Quarta, às 14h.
SESC Piracicaba
20 de Outubro de 2009 06:28
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