Texto de Iuri Botão e Mariana Fiocco
A Congada do Divino de Piracicaba, que tem coordenação de Roberta Lessa, mantém um grupo folclórico que preserva suas tradições. Além do grupo principal, formado por cerca de 60 adultos, há ainda outros projetos como a “Congada Viva”, que busca reunir arquivo fotográfico e documental a respeito da história do movimento, e o o “Congada Mirim”, para-folclórico de crianças para dar sustentação ao principal.
A Congada do Divino teve origem em uma dança pagã que homenageava os reis do Congo, na África. Uma vez no Brasil, trazida pelos escravos, a dança passou a ter caráter de resistência ao aculturamento a que eram submetidos. Encampada pela Irmandade do Divino Espírito Santo, ela foi “divinada, para que pudesse fazer parte dos da Festa do Divino”, segundo Roberta.
Durante a apresentação, são feitas cinco danças diferentes: a Congada, de saudação entre o Rei e a Rainha; a Dança do Lenço, que é um ritual de acasalamento; a do Tangarás, que é uma saudação à Piracicaba e ao Rio; a Caninha Verde, que tem objetivo de descontrair; e o Baixão, que é de abertura. Nos ensaios, bem como em apresentações em eventos não-religiosos, a imagem de Nossa Senhora permanece deitada, só sendo colocada em pé nas festas religiosas.
Segundo Roberta, a Congada de Piracicaba pleiteia o tombamento oficial enquanto patrimônio histórico e cultural do município junto ao Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba) além de estarem em contato com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para dar maior fidelidade à Congada enquanto manifestação folclórica.
A Rainha, Maria Aparecida dos Santos (foto), “dona Tita” de 79 anos, que participa da Congada há 52 anos, considera que desde que participa da Congada não ocorreram grandes mudanças na dança. Patrícia Macedo, 22 anos, é regente desde os 12 e tem opinião diferente. Ela considera que a dança sofreu várias mudanças nos últimos anos devido ao “envelhecimento” dos participantes, que atualmente não têm condições de fazer os mesmo giros de antigamente.
O grupo piracicabano costuma se apresentar em diversas ocasiões e locais do país, quando são convidados. A apresentação principal ocorre anualmente na Festa do Divino, na segunda semana do mês de Julho.
Depoimento de "Dona Tita", Rainha da Congada
Trecho de ensaio da Congada do Divino, no Largo dos Pescadores
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