Texto de Camila Gusmão e Vanessa Haas
“Patrimônio é aquilo que herdamos, seja natural, imaterial ou material”. A afirmação foi feita pela antropóloga Iara Machado, em palestra na abertura do I Fórum em Defesa das Tradições Populares de Piracicaba.
Segundo ela, tudo é patrimônio se for reconhecido como tal, ou seja, o sentido dado é imaterial, mas o valor das coisas não, a tradição de cada país, Estado e cidade também é um patrimônio.
Iara salientou que a palavra tradição significa a transmissão de sentimentos, ações, ideais.”È um laço do passado com o presente e o futuro, é uma identidade móvel, mas com uma raiz que a torna fixa em um local”, disse.
Em Piracicaba, segundo a pesquisadora existem patrimônios reconhecidos por todos os habitantes da cidade, tal como o Engenho Central, Rua do Porto, Casa do Artesão, Mirante entre outros, porém existem patrimônios que nem todos conhecem ou valorizam.Estes são os patrimônios imateriais que representam a história, a tradição e a cultura da cidade.
Foto: Vanessa Haas
"Por que não a Festa do Divino ser ensinada nas escolas municipais?", propõe Iara Machado
Por outro lado, segundo ela, Catira, Cururu, Batuque de Umbigada, Samba de lenço, Congada do Divino e Bonecos de Elias são alguns desses patrimônios que estão se tornando cada vez mais “ocultos” perante a comunidade piracicabana.
De acordo com a antropóloga Iara Machado, a globalização é um fator responsável por essa perda dos costumes. Ela torna as coisas iguais e com um sentido consumista e não cultural.
Em sua opinião, tudo acaba tornando-se alvo de negócios e transações de compra e venda, as tradições não devem ser mantidas por essa lógica, mas sim por representarem um povo, uma história.
Após a palestra com Iara, o jornalista e representente do Celacc (Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação) Denis Oliveira, falou sobre a importência da preservação das tradições populares. Fez críticas aos meios de comunicação, que não oferecem espaços para a divulgação dessas manifestações, contribuindo para o seu desaparecimento.
Foto: Vanessa Haas
Cerca de 140 pessoas compareceram à abertura do Fórum no SESC Piracicaba
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