sábado, 23 de agosto de 2008

Catira: tradição dos pés e das mãos

Texto de Rafaela Ometto e Vanessa A. Haas

Uma dança acompanhada pelo som de uma viola e pelas batidas de pés e mãos resume a Catira. A tradição cultural é preservada em Piracicaba unicamente pela família Cantovicz, e representada em uma única palavra: envolvimento. O bater dos pés e das mãos acompanhando o som da viola e as rimas do violeiro remetem às antigas comemorações a vários santos, porém, ela não é mais tão conhecida como antes.

Foto: Rafaela Ometto catira









Família Cantovicz dançando a Catira

Em Piracicaba, a Catira é passada de geração em geração, através de uma família que se reúne para cantar e dançar ao som da viola, embalada por Laurindo, 70 anos, único violeiro que “bate bem a Catira”, e se desloca de Anhembi a Piracicaba simplesmente para fazer o que mais ama. Seu filho, Valmir, 44 anos, o acompanha na cantoria e considera importante que haja essa transmissão de valores familiares, uma vez que eles são os únicos representantes que restam da dança. O tema abordado nas rimas esquematizadas ao som da moda de viola enfoca a natureza, a religião e principalmente a importância que tem a preservação dessa tradição.

Falta de apoio do poder público e desconhecimento por parte da população “nativa” do interior, transformaram a Catira numa palavra estranha de se ouvir e se falar. Graziela Cantovicz, 34 anos, dança entre os homens da família e pode ser considerada uma das poucas mulheres que participa. Ela enfatiza que a falta de incentivo para tradições populares num geral existe sim, e garante que a cidade deixa se receber turistas e se tornar também reconhecida por essas atividades por não investir adequadamente na cultura local, que é muito rica.

Foto: Rafaela Ometto

Catira: tradição de pai para filho


Por conta do Dia do Folclore, comemorado no dia 22 de agosto, acontecem mais apresentações das manifestações culturais, porém, segundo Clayson, 36 anos, é somente nesta época que acontecem. Nas apresentações já feitas pela família Cantovicz, que acontecem normalmente em São Paulo, o público recepciona muito bem, acolhe e gosta da dança, passando a admirar a verdadeira Catira que a família transmite.

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